Também designada por Terapia Psicomotora, esta é uma técnica terapêutica que usa movimentos organizados com vista a favorecer e trabalhar o desenvolvimento cognitivo e afetivo do paciente, destinando-se sobretudo a crianças e adolescentes (embora possa ser aplicada em qualquer idade).
Regra geral, este tipo de tratamento aplica-se em situações nas quais se verificam dificuldades de aprendizagem, atrasos no desenvolvimento, esquizofrenia, paralisia cerebral, deficiências físicas, Síndrome de Rett, entre outros.
Com sessões que costumam durar cerca de uma hora, o grande propósito da Psicomotricidade assenta em melhorar a coordenação motora, os movimentos corporais, o equilíbrio do corpo, bem como a noção espacial. Com as crianças (Psicomotricidade infantil), estes objetivos trabalham-se recorrendo a brincadeiras e jogos.
O Terapeuta Psicomotricista (que normalmente é um Terapeuta Ocupacional ou um Fisioterapeuta) analisa o comportamento emocional e motor e recorre a jogos/brincadeiras para favorecer alterações físicas e mentais.
O recurso à Psicomotricidade nas crianças pode ser essencial em situações de:
Necessidade de correção da postura corporal;
Dispraxia (dificuldade em executar movimentos coordenados);
Agressividade;
Perda de memória;
Hiperatividade;
Síndrome de Rett;
Esquizofrenia;
Paralisia cerebral;
Dificuldades de aprendizagem associadas a dislexia e défice de atenção.
O foco principal da Psicomotricidade assenta em trabalhar dificuldades no desenvolvimento motor e emocional, ao passo que a Terapia Ocupacional serve para auxiliar a realização de atividades do quotidiano (as chamadas Atividades da Vida Diária), de maneira a que o paciente seja o mais autónomo possível.
A Psicomotricidade atua na estimulação de várias áreas, a saber:
Coordenação motora global ─ encontra-se relacionada com a consciência corporal e com o controlo da musculatura ampla. É o que permite realizar atividades físicas como correr e saltar, por exemplo. Uma das brincadeiras que se usa para estimular esta área psicomotora é saltar à corda.
Coordenação motora fina ─ diz respeito aos movimentos de pequenos músculos, particularmente nas mãos e na cara. Desenhar, por exemplo, é uma das atividades de estimulação da motricidade fina.
Organização espacial-temporal ─ refere-se à capacidade da criança de, por um lado, se situar no tempo (distinguindo a lentidão da rapidez, por exemplo), e de, por outro lado, ter noção do ambiente físico em que está inserida e movimentar-se no espaço disponível que existe.
Lateralidade ─ é a área associada à noção de diferenciar a esquerda da direita e de ter a perceção de que o corpo possui dois lados.
Esquema corporal ─ concernente à consciência corporal e à capacidade de distinguir as diferentes partes do corpo e de se movimentar no meio e no espaço. A formação da autoestima da criança está intimamente ligada à consciência corporal.
Numa primeira fase, o terapeuta tem de ter acesso e analisar o historial clínico do paciente. Só com base nisto poderá ser então elaborado um diagnóstico do desenvolvimento psicomotor, o qual dará origem a um relatório (que, no caso das crianças, é entregue aos respetivos encarregados de educação). É de salientar que pode ser necessária mais do que uma sessão de avaliação para o efeito.
Ultrapassada a etapa do diagnóstico e do relatório, passa-se à fase da intervenção. Iniciar-se-ão consultas de Psicomotricidade nas quais o profissional de saúde aplicará as mais indicadas técnicas, de maneira a desenvolver no paciente as capacidades motoras e competências psicológicas necessárias (tenha este a idade que tiver).
O número de sessões necessário, bem como a duração total da intervenção, dependerá muito das necessidades do paciente.