
Há vários tipos de raciocínio que nos permitem tomar decisões e resolver problemas de forma eficaz. Vamos explorar os principais e ver como podem ser aplicados no dia a dia.
Compreender os diferentes tipos de raciocínio pode ser importante para atingir o sucesso desejado, seja no campo académico, seja na área profissional. Saber como aplicá-lo em vários domínios é uma vantagem que pode fazer toda a diferença no trabalho ou nos estudos.
Mas o que é exatamente isso do raciocínio? Trata-se da capacidade de avaliar situações, contextos ou problemas de forma racional, e de aplicar a lógica com base em dados novos, ou já existentes, para tomar uma decisão, ou apresentar uma solução.
Através dos diferentes tipos de raciocínio, é possível avaliar os benefícios e as desvantagens de duas, ou mais, alternativas.
Deste modo, podem fazer-se melhores escolhas, optando pelas mais vantajosas, ou pelas que respondem melhor às necessidades apresentadas.
Este processo de raciocínio pode ser feito de várias formas, e assentar em disciplinas como a matemática, a lógica, a inteligência artificial, ou até a filosofia.
Mas existem alguns tipos de raciocínio que são mais habituais, e é desses que vamos falar de seguida.
Quais são os 3 tipos de raciocínio lógico mais usados?
Quando falamos em raciocínio lógico, estamos a referir o processo mental que permite avaliar, analisar e retirar conclusões com base em informações e premissas fornecidas.
Para isso, temos de aplicar regras e princípios da lógica para resolver problemas, tomar decisões e compreender situações complexas, ou até mesmo para aplicar em metodologias de aprendizagem.
Neste sentido, existem três tipos de raciocínio lógico que são mais utilizados, e é nestes que nos vamos concentrar.
1. Raciocínio dedutivo
No raciocínio dedutivo, parte-se de uma premissa, ou ideia geral, para chegar a uma conclusão específica.
É um processo mental que é muito utilizado em argumentos lógicos, para chegar a conclusões verdadeiras com base em dados reais. Por exemplo, se sabemos que todos os mamíferos têm coluna vertebral e que o cão é um mamífero, então, concluímos que o cão tem coluna vertebral.
Podemos ainda acrescentar outro exemplo da aplicação deste tipo de raciocínio:
Premissa: todos os quadrados têm quatro lados.
Conclusão: Esta forma é um quadrado, por isso, tem quatro lados.
Portanto, o raciocínio dedutivo é particularmente útil em áreas como a matemática e a lógica, mas também é usado no direito, para aplicar leis gerais a casos específicos.
Ainda é recorrente na informática, por exemplo, na programação de computadores, usando algoritmos gerais para resolver problemas concretos.
2. Raciocínio indutivo
Já o tipo de raciocínio indutivo parte de observações específicas para chegar a uma conclusão geral.
É um método mais utilizado em processos de generalização, ou de previsão, partindo de exemplos concretos para chegar a uma conclusão mais ampla. Assim, podemos, por exemplo, dizer que se o sol nasceu no Leste todos os dias até agora, então, o sol nasce sempre no Leste.
Outro exemplo de aplicação é o seguinte:
Premissa: 2, 4, 6 e 8 são todos números pares e divisíveis por 2.
Conclusão: todos os números pares são divisíveis por 2.
Áreas como a ciência, a estatística e o marketing recorrem frequentemente ao raciocínio indutivo, para definir teorias gerais, ou prever comportamentos, com base em dados e padrões específicos.
3. Raciocínio abdutivo
Neste caso, estamos perante um tipo de raciocínio que formula uma hipótese a partir de um conjunto de observações.
É, por exemplo, o que fazem os médicos quando, analisando sintomas específicas e resultados de exames, diagnosticam uma determinada doença.
Portanto, trata-se de fazer uma suposição com base nas informações disponíveis, tentando encontrar a explicação mais plausível para as evidências observadas.
O raciocínio abdutivo pode ser muito útil em situações onde não temos certezas totais, mas em que precisamos de chegar a alguma conclusão rápida e prática.
Por isso, aplica-se muito na medicina, mas também na investigação criminal, ou ainda na história e na arqueologia, para calcular o que pode ter acontecido no passado com base em artefactos e registos históricos.
Eis alguns exemplos deste tipo de raciocínio:
O chão está molhado. Então, pode ter chovido.
Olhando para as frações como pedaços de piza, 1/2 é como cortar a piza em duas partes iguais.
Se as raízes de uma planta são como uma fundação, as suas folhas são como o telhado de um edifício.
Precisa de um explicador? Encontre aqui
Comparação entre tipos de raciocínio: dedução, indução e abdução
Qualquer um destes tipos de raciocínio é valioso e importante para chegar a conclusões. Mas cada um deles tem os seus pontos fortes e as suas limitações, que é importante conhecer para perceber quando os devemos aplicar.
O raciocínio dedutivo é mais sobre certezas, começando com premissas gerais para chegar a conclusões específicas. Já o indutivo lida com a probabilidade, partindo de observações específicas para formar conclusões gerais.
Por fim, o raciocínio abdutivo é sobre plausibilidade, começando por observações concretas para encontrar a explicação mais provável.
Conforme estas diferenças, cada um dos três tipos de raciocínio lógico é mais adequado para certas áreas do que os outros.
Outros tipos de raciocínio
Além destes três tipos de raciocínio lógico, existem ainda outras formas de estruturar o pensamento de forma clara e coerente, permitindo-nos compreender melhor o mundo à nossa volta e tomar decisões mais informadas.
Por isso, vamos explorar outros tipos de raciocínio comuns para analisar situações, retirar conclusões e encontrar soluções eficazes.
Analógico
O raciocínio analógico envolve a comparação de situações semelhantes para chegar a uma conclusão, encontrando as suas qualidades comuns.
Este processo baseia-se na tendência que o cérebro tem em reconhecer padrões e em fazer associações ─ é dessa forma que faz analogias, detetando similaridades entre coisas diferentes.
É fácil perceber o conceito com base no seguinte raciocínio lógico: uma planta é como uma esponja porque ambas absorvem água. Ou ainda pensando na ideia de que uma abelha é como um pássaro porque ambos podem voar.
No mundo dos negócios, aplica-se, muitas vezes, o raciocínio analógico quando se quer desenvolver um novo espaço comercial. Para isso, pode partir-se de um comércio já existente, de modo a definir uma nova estratégia de negócio que tenha o mesmo público-alvo.
Saiba mais: Mapas mentais: O que são e como criar um mapa mental online?
Crítico
No caso do raciocínio crítico, trata-se de avaliar argumentos e evidências para chegar a uma conclusão fundamentada. Veja o exemplo de um artigo científico, em que é preciso avaliar de forma crítica os resultados apresentados.
Mas também pode ser usado além da ciência, nas áreas da computação e da engenharia, por exemplo, para a resolução de problemas técnicos.
Pode ainda ser utilizado para avaliar a autenticidade de obras de arte e de literatura, filmes, entre outras criações artísticas.
É igualmente relevante na tomada de decisões financeiras, nomeadamente quando se avalia um investimento. Através do raciocínio crítico, podem verificar-se os riscos e benefícios a partir de dados financeiros.
Da mesma forma, pode ser utilizado na avaliação de notícias e demais informações, designadamente para avaliar a credibilidade das fontes e verificar os factos.
Mas também é útil na resolução de problemas e de conflitos no trabalho, permitindo compreender diferentes posições, considerar soluções possíveis e negociar um acordo mutuamente benéfico.
Criativo
O raciocínio criativo passa por pensar fora da caixa, encontrando soluções inovadoras para problemas complexos.
Pode, por exemplo, ser usado no desenvolvimento de novos produtos, para chegar a ideias inovadoras que atendam às necessidades dos consumidores.
Mas também é muito utilizado nas áreas da publicidade e do marketing em campanhas criativas, que usam este tipo de raciocínio para chamar a atenção do público e criar uma conexão emocional com as marcas.
Já os engenheiros usam o raciocínio criativo para resolver desafios complexos, nomeadamente no desenvolvimento de infraestruturas que sejam resistentes ao vento e a elevadas temperaturas.
Mas este é, realmente, um dos tipos de raciocínio que mais se pode adaptar a qualquer área, das artes ao ensino, passando pelos negócios e pela engenharia, até à culinária.
Causa e efeito
Neste tipo de raciocínio, usam-se regras práticas e simplificações para resolver problemas de forma mais rápida e eficiente.
É um tipo de pensamento que mostra a ligação entre dois acontecimentos, para explicar o que pode acontecer, ou porque é que as coisas acontecem quando certas condições estão presentes.
Habitualmente, o raciocínio de causa e efeito, ou heurístico, orienta a tomada de decisões quotidianas, baseando-se na experiência pessoal e no desejo de melhorar. Usamo-lo no trânsito, por exemplo, para decidir qual a melhor rota, ou manobra, a seguir.
Mas também é utilizado a nível profissional, nomeadamente no marketing, para comprovar os benefícios de uma determinada campanha de promoção, e para pedir mais investimento neste setor, ou justificar as mais-valias da sua atuação.
Porque são importantes os tipos de raciocínio?
Conhecer os diferentes tipos de raciocínio e as suas características pode ajudar a desenvolver habilidades de pensamento crítico, e a resolver problemas de forma mais eficaz.
Já notámos que cada tipo de raciocínio tem as suas vantagens e limitações. Portanto, saber quando e como aplicar cada um pode fazer a diferença na tomada de decisões e na resolução de desafios do dia a dia, ou no âmbito profissional.
Aproveite para pensar de que modo utiliza estes tipos de raciocínio na sua vida e como poderá continuar a empregá-los de forma mais eficiente.
Leia ainda: Como elaborar um plano de estudo?