Terapia da fala comparticipada pelo SNS: quem tem direito?

Terapia da fala comparticipada pelo SNS: quem tem direito e como obter?

Susana Valente
Terapias |  12 setembro 2024 |  
8 min. de leitura
Menina asiática com o cabelo preto à frente de malmequeres cor-de-laranja com folhas verdes a fazer exercícios de terapia da fala comparticipada pelo SNS.

A terapia da fala comparticipada pelo SNS é um recurso fundamental para ajudar crianças e jovens a ultrapassarem problemas de comunicação. Neste artigo, vamos explorar em que condições é atribuída e a quem.

Mas, antes de mais, é preciso entender o que é exatamente a terapia da fala e para que serve. 

A terapia da fala avalia dificuldades de comunicação e aplica técnicas que ajudam a superá-las. Entre essas dificuldades podem estar problemas de articulação, gaguez, atrasos na fala e problemas de compreensão da linguagem.

Mas, como em outro tipo de terapias, é preciso realizar várias sessões, de forma continuada, para obter bons resultados. Ora, isso pode tornar o tratamento demasiado caro para algumas pessoas.

É, por isso, que a terapia da fala comparticipada pelo SNS (Serviço Nacional de Saúde) é fundamental, sendo uma forma de assegurar os melhores cuidados de saúde a todas as pessoas, especialmente às que têm maiores constrangimentos financeiros.

Nos últimos anos, tem aumentado o número de pessoas que recorrem a este tipo de intervenção, e será muito por haver terapia da fala comparticipada pelo SNS.

Este tipo de tratamento é mais habitual na infância e adolescência, quando se detetam estes problemas a nível escolar e se implementam estratégias de educação inclusiva que incluem apoios específicos, como é o caso do subsídio de educação especial.

Contudo, a necessidade de recorrer a terapia da fala comparticipada pelo SNS pode surgir em qualquer altura, nomeadamente em idades mais avançadas. Assim, é sempre importante saber como funciona e como se pode obter.

Quem tem direito a terapia da fala comparticipada pelo SNS?

O acesso à terapia da fala comparticipada pelo SNS está disponível para estudantes integrados no Ensino Especial, como medida de apoio a quem tem Necessidades Educativas Especiais (NEE). Mas nem só as crianças com NEE têm esse direito.

Os critérios de atribuição podem variar conforme os casos. Habitualmente, considera-se a idade da criança, ou jovem, e o tipo de dificuldades de comunicação. Os rendimentos económicos também podem ser avaliados, por exemplo, para definir a percentagem da comparticipação do SNS.

É importante notar ainda que, devido à elevada procura, podem existir listas de espera para acesso a terapia da fala comparticipada pelo SNS. Por isso, estes critérios ajudam a perceber quem mais precisa do apoio e a garantir que famílias vulneráveis tenham prioridade no acesso.

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Mas também é preciso cumprir condições clínicas específicas, apresentando relatórios médicos que suportem as dificuldades que justificam a necessidade de terapia da fala.

Mas quem deve fazer terapia da fala?

Já referimos, de forma genérica, em que situações é que a terapia da fala comparticipada pode ajudar. Esta intervenção pode ajudar crianças, jovens, adultos e idosos, não se focando apenas nas faixas etárias mais novas, como se poderia pensar.

Detalhamos, de seguida, alguns dos problemas que pode ajudar a ultrapassar:

  • Problemas de articulação

  • Gaguez

  • Perturbações de desenvolvimento na fala

  • Problemas de fala originados por AVC ou condições neurológicas

  • Dificuldades de deglutição

  • Disfonia e outros problemas de voz

  • Dislexia ou disgrafia.

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Como obter terapia da fala comparticipada pelo SNS?

Habitualmente, para obter acesso a terapia da fala comparticipada pelo SNS é preciso ir ao médico de família para este emitir uma credencial para o tratamento.

Deste modo, pode ter-se acesso a sessões em unidades de saúde públicas ou em clínicas privadas que tenham acordos com o SNS.

Nos casos das crianças, a necessidade de recorrer a esta intervenção costuma ser assinalada por educadores de infância ou por professores. O processo pode também iniciar-se dessa forma, com a marcação de uma consulta de pediatria do desenvolvimento no hospital.

Mas também pode ser o médico de família a encaminhar o paciente diretamente para o hospital, onde serão realizados exames específicos para chegar a um diagnóstico concreto.

Veja que os problemas de fala e de linguagem podem, por vezes, estar associados a outras questões, por exemplo, dislexia ou défice de atenção.

É preciso ter um entendimento claro do problema para definir o melhor tratamento, nomeadamente o número de sessões de terapia da fala comparticipada pelo SNS que serão necessárias, que pode variar em função do diagnóstico e da gravidade do caso.

Note também que o custo das sessões pode não ser coberto na íntegra pelo SNS, e apenas pago em parte do valor total.

Três passos fundamentais

Em resumo, se pretende ter acesso a terapia da fala comparticipada pelo SNS, tome nota destes passos:

  • Marque uma consulta num especialista para avaliar a situação específica

  • Vá ao médico de família pedir uma credencial para aceder à terapia da fala comparticipada pelo SNS

  • Procure unidades de saúde pública que tenham terapia da fala, ou clínicas privadas com acordos com o SNS.

Terapeuta de pele negra e com óculos, camisola branca e calças pretas, em sessão de terapia da fala comparticipada a falar com menina branca de cabelo apanhado e vestido branco.

Por que recorrer à terapia da fala?

A terapia da fala oferece benefícios inquestionáveis, ajudando a melhorar várias capacidades em termos de comunicação e linguagem. Isso vai facilitar a vida da pessoa, contribuindo para melhores relações sociais e/ou profissionais.

No caso das crianças com problemas de desenvolvimento ao nível da fala e da linguagem, é uma forma de estimular o progresso dessas competências. E pode mesmo acabar por incentivar a estudar, contribuindo para a melhoria dos resultados escolares.

Mas também ajuda com condições específicas como a gaguez, a dislexia e a afasia, promovendo maior fluência e clareza na fala.

Em pessoas que sofrem paralisia cerebral ou AVC, ou acidentes que afetam as suas capacidades neurológicas, a terapia da fala é essencial para recuperar as habilidades de comunicação perdidas.

Portanto, independentemente das razões que levem as pessoas até à terapia da fala, é sempre uma forma de melhorar a sua autoestima e qualidade de vida.

Veja também: Como saber se os meus filhos têm direito ao transporte escolar?

Como é a terapia da fala comparticipada pelo SNS?

Esta intervenção apoiada pelo SNS é semelhante à que é feita em clínicas privadas. Afinal, estamos a falar de uma terapia regulamentada, onde os profissionais são credenciados e respeitam normas e orientações específicas.

Desta forma, tudo começa com uma avaliação da situação do paciente, com a realização de testes específicos para chegar a um diagnóstico concreto. É preciso entender com detalhe quais são as dificuldades presentes, para definir o melhor plano de tratamento para cada caso.

Depois disso, realizam-se sessões regulares com um terapeuta da fala, onde este aplica técnicas adequadas e direcionadas para os problemas concretos de cada paciente.

Assim, a terapia da fala comparticipada pelo SNS ajuda a estimular o desenvolvimento das capacidades de comunicação da pessoa. Essa intervenção é, muitas vezes, fundamental para melhorar a autoestima e as relações dos pacientes, garantindo, portanto, melhor qualidade de vida.

Escrevo conteúdos para a web há mais de 20 anos como jornalista e copywriter. Adoro explorar montes e vales por esse país fora. Detesto fazer mudanças e adoro correr à beira-mar. Tenho veia de poeta, sou mãe e uma verdadeira mulher dos sete ofícios!

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