A ida a uma consulta de psicologia pode ser assustadora para quem nunca fez terapia e podem surgir muitas dúvidas, até sobre as perguntas que o psicólogo faz na primeira sessão.
Só isso pode já ser mais um motivo de ansiedade para algumas pessoas. Nalguns casos, essa ansiedade pode levá-las a desistirem de irem à procura da ajuda de que precisam.
Portanto, é sempre um conforto saber o que se deve esperar de uma primeira consulta no psicólogo. Mas, realmente, não é nada do outro mundo!
Numa primeira sessão de terapia, o psicólogo vai tentar avaliar a situação do paciente, procurando perceber as razões que o levam até ele. Trata-se, no fundo, de entender de que forma o pode ajudar.
Para isso, precisa de questionar o paciente sobre diversos aspetos, procurando traçar um diagnóstico geral para poder definir o melhor plano de tratamento.
9 Perguntas que o psicólogo faz na primeira consulta
Há algumas perguntas que são recorrentes nas primeiras consultas de psicologia.
Afinal, mesmo que os problemas dos pacientes sejam diversificados, há sempre abordagens comuns em termos terapêuticos, nomeadamente para definir o quadro clínico para cada caso e estabelecer um diagnóstico preliminar.
Assim, entre as perguntas que o psicólogo faz na primeira consulta aparecem, muitas vezes, as seguintes:
O que faz e onde trabalha/estuda?
Por que procura ajuda psicológica neste momento?
O que espera obter com a terapia?
Já fez terapia antes? Se sim, como foi essa experiência?
Tem pensamentos suicidas ou homicidas?
Como é o seu relacionamento com a família e amigos?
Tem uma rede de suporte de pessoas que o apoiam?
Como se sente no trabalho ou nos estudos?
Tem algum problema de saúde física ou mental conhecido?
Essas perguntas ajudam o psicólogo a obter uma visão geral do estado emocional e psicológico do paciente, bem como das suas expetativas quanto ao tratamento.
Além disso, também permitem identificar as áreas que exigem maior atenção durante o plano de tratamento.
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Perguntas de psicólogos para pacientes com depressão
Quando o paciente já tem um problema identificado, como, por exemplo, uma depressão, o psicólogo pode estabelecer uma conversa mais orientada, com algumas perguntas mais específicas.
Desse modo, consegue determinar o grau em que a depressão se encontra e de que forma está a afetar a vida da pessoa. Para isso, pode fazer perguntas como:
Como gere as suas emoções negativas?
O seu humor muda ao longo do dia, ou manifesta-se sempre da mesma forma?
De que forma é que a depressão afeta a sua vida?
Consegue manter uma rotina normal?
E o que perguntam em casos de ansiedade?
A ansiedade é outro problema de saúde mental que afeta muitas pessoas e que até se pode agravar com o nervosismo de uma primeira consulta no psicólogo.
E, também neste caso, o profissional de saúde pode orientar a conversa para perguntas focadas nas dificuldades concretas dessa condição, tais como:
Que tipo de situações lhe suscitam mais ansiedade?
A ansiedade afeta-o todos os dias? E perturba as suas rotinas?
Lida com stress diariamente?
Como é que lida, habitualmente, com sentimentos de ansiedade e inquietação?
Saiba mais: Terapia EMDR - o que é, para que serve e como funciona?
Como é o atendimento a crianças na primeira consulta?
No que se refere a terapia psicológica para crianças, geralmente, as perguntas são dirigidas aos pais. Claro que o profissional também vai tentar falar diretamente com a criança, mas a abordagem será diferente.
No caso dos menores, o psicólogo vai procurar interagir com eles num ambiente de brincadeira, até para ganhar a sua confiança.
Mas, no que se refere aos pais, o especialista tentará obter as informações necessárias para definir um plano de tratamento para a criança. Nesse sentido, pode fazer este tipo de perguntas:
Qual é a principal preocupação que tem relativamente ao seu filho?
Que tipo de comportamento tem a criança na escola?
E como é que se comporta em casa?
Como é que lida com os problemas do seu filho?
O que pretende conseguir com a ajuda psicológica?
Como responder às perguntas do psicólogo?
Não há fórmulas nem truques para tal.
A única forma de o fazer é respondendo com sinceridade. Mas, na verdade, o paciente até pode recusar-se a responder.
A liberdade é um direito inabalável do paciente nas consultas de psicologia.
Assim, pode inclusive usar palavrões e gíria, expressando-se de forma informal ou recorrendo a desenhos, músicas, e tudo o mais que achar pertinente para expressar os seus pontos de vista e opiniões.
O essencial é que seja honesto quanto aos problemas que o afetam, para poder obter a melhor ajuda possível. Mentir é uma forma de “fintar” ─ e, logo, de autossabotar ─ a terapia.
E o que não dizer?
Tudo se pode dizer numa sessão de terapia. Não há temas proibidos. É por isso que estas sessões podem ser tão eficazes ─ porque o paciente não deve temer julgamentos nem preconceitos.
O papel do terapeuta não é o de apontar o dedo, nem dar sermões, mas, antes, indicar-lhe o caminho sobre como pode lidar com as dificuldades que o atormentam, oferecendo um "ombro amigo" e um apoio para desabafar com o propósito de se "curar".
A confidencialidade é um princípio inegociável na psicologia. Os pacientes têm a certeza de que aquilo que disserem nas consultas não será partilhado com ninguém. E, por isso mesmo, podem (e devem) dizer tudo o que sentem.
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Não se preocupe com as perguntas que o psicólogo faz na primeira consulta
A primeira sessão com um psicólogo serve, basicamente, para que o profissional e o paciente fiquem a conhecer-se melhor.
Deste modo, o profissional tentará recolher informações básicas e gerais sobre a vida da pessoa e sobre as razões que a levam a procurar ajuda psicológica.
Portanto, não se trata de ter as respostas certas ─ tudo o que disser estará sempre certo. E pode até nem saber dizer porque procurou terapia. O que é obrigatório é falar do que sente e do que o preocupa.
Mas também é uma boa altura para tirar dúvidas quanto ao funcionamento das sessões. Faça as suas perguntas para perceber como vai decorrer todo o processo. Isso vai ajudá-lo a entender melhor o método do psicólogo e a soltar-se mais.
Assim, não se preocupe tanto com as perguntas que o psicólogo faz na primeira consulta, nem se demore a ensaiar respostas. Ao invés, foque-se em desenvolver a abertura necessária para poder colaborar de forma decisiva no tratamento que quer que transforme a sua vida para melhor.