O que fazer quando morre um animal de estimação?

O que fazer quando morre um animal de estimação?

Susana Valente
Pet sitting |  03 dezembro 2024 |  
9 min. de leitura
Fotografia a preto e branco de cão deitado num chão de terra com os olhos tristes.

Saber o que fazer quando morre um animal de estimação pode ser um grande desafio numa altura em que a dor toma conta de nós. Para simplificar tudo, deixamos aqui algumas dicas sobre esse processo.

A perda de um animal de estimação é uma experiência dolorosa e emocionalmente desgastante. Os nossos amigos de quatro patas tornam-se membros da família e, por isso mesmo, pode ser difícil lidar com a sua partida.

É por isso que é importante ter alguma orientação quando se trata de saber o que fazer quando morre um animal de estimação.

Este texto serve para isso mesmo, para o ajudar a passar por esta altura tão difícil sem esquecer nenhum detalhe importante.

O que fazer quando morre um animal de estimação: 7 passos essenciais

É comum sentir uma profunda tristeza quando perdemos um animal de estimação. É natural que assim seja e, por isso, temos de viver um luto semelhante ao que ocorre quando perdemos um ente querido.

Mas também podem surgir sentimentos de culpa, com dúvidas sobre se fizemos tudo o que era possível, ou se agimos da melhor forma.

A raiva é outro sentimento habitual perante a morte de um ser que amamos. E há ainda uma solidão e um vazio que tomam conta de tudo.

Porém, para lá de tudo o que sentimos, há detalhes práticos que também é preciso resolver.

Para que esteja consciente de tudo o que fazer quando morre um animal de estimação, tome nota dos seguintes passos…

1. Viva a dor e o luto

A primeira coisa que deve fazer é reconhecer e aceitar a perda e a dor que lhe causa. É normal que passe por sentimentos como tristeza, raiva, culpa, ou até alívio, conforme as circunstâncias.

Por isso, neste primeiro momento, permita-se chorar e não tenha pudor em expressar as suas emoções de forma saudável.

2. Informe-se sobre as opções de despedida

O destino a dar ao corpo do nosso animal de estimação é outro passo importante. Por mais doloroso que seja, é um aspeto essencial a tratar.

Para esse efeito, pode contactar o médico veterinário, ou a clínica, que seguia o seu animal, pedindo indicações e aconselhamento.

Em contrapartida, pode contactar os serviços públicos da Câmara Municipal da sua área de residência, para saber o que deve fazer.

Há ainda serviços privados que podem tratar de todos os aspetos relacionados com os serviços fúnebres do seu animal. Alguns veterinários também disponibilizam serviços de cremação.

Deve ter em atenção que os cadáveres dos animais de companhia são classificados como "subprodutos animais de Categoria 1", segundo o Regulamento n.º 1069/2009, de 21 de outubro, que foi aprovado pelo Parlamento Europeu.

Isto implica seguir normas específicas, nomeadamente quanto à sua eliminação.

Existem várias empresas aprovadas para que os procedimentos de eliminação dos cadáveres sejam realizados adequadamente, nomeadamente unidades de incineração, instalações de incineração/coincineração de "subprodutos animais Categoria 1" e unidades de processamento dos mesmos.

Saiba mais: Seguros para animais de estimação: vale a pena ter?

3. Celebre a vida do seu animal

Para fazer o luto, pode criar um memorial ao seu animal de estimação, recordando os bons momentos que passaram juntos. Esta pode ser uma forma reconfortante de honrar a sua memória e também pode ajudá-lo a lidar com a dor.

Existem várias ideias para homenagear o seu "patudo" ─ por exemplo, plantar uma árvore ou criar um álbum de fotografias.

Mas pode, simplesmente, organizar uma pequena cerimónia, reunindo amigos e familiares para partilharem histórias e lembranças sobre o animal que partiu.

4. Comunique a morte ao SIAC

A morte de um animal de estimação obriga a pessoa responsável pelo mesmo a comunicar esse facto ao SIAC (Sistema de Informação de Animais de Companhia), da mesma forma que é obrigatório o registo de animais domésticos.

Deve comunicar o falecimento do animal no prazo de 15 dias após a sua morte. Pode fazê-lo diretamente no site do SIAC ou contactando o seu médico veterinário habitual, que poderá também tratar de todo o procedimento.

Lembre-se que, para fazer essa comunicação no SIAC, precisa de ter Chave Móvel Digital ou um leitor de Cartões do Cidadão.

Fotografia a preto e branco de cão dálmata triste com as orelhas em baixo.

5. Procure apoio, se necessário

A perda de um animal de estimação pode ser deveras avassaladora na vida de alguém, e tão dolorosa como a perda de uma pessoa próxima. Não hesite em procurar apoio emocional, se estiver a ser muito difícil lidar com o luto.

Falar com um terapeuta pode ajudar a processar a perda. Existem também grupos de apoio específicos para pessoas que perderam animais de estimação.

Mas o auxílio de amigos e familiares também pode ser essencial para passar da melhor forma por esta fase tão complicada.

Encontre terapeutas aqui

6. Pense em adotar outro animal

Há muitas pessoas que dizem, depois de terem perdido um "patudo", que não querem voltar a ter nenhum! Isto deve-se à imensa dor que a perda lhes causou.

Mas, na verdade, embora não seja possível substituir o amigo perdido, adotar outro animal de estimação pode ser uma boa ideia.

Ter outro animal em casa vai enchê-lo de alegria, e também voltará a ter uma companhia calorosa. E existem muitos animais para adoção que precisam de uma casa nova. Portanto, estará também a fazer uma boa ação.

Porém, antes de adotar, deve ter a certeza de que está emocionalmente preparado para lhe dar amor e prestar os cuidados necessários.

7. Cuide de si

Durante este período de perda e luto, não se esqueça de si. É importante que cuide do seu bem-estar, mantendo uma rotina e uma alimentação saudáveis. Faça exercício e tente dormir adequadamente.

A perda de um animal de estimação pode ser desgastante, e é importante cuidar do seu bem-estar físico e emocional para não se deixar abater.

Leia ainda: Programa Cheque Veterinário: o que é e como ter acesso?

O que fazer quando um animal morre em casa?

Os passos que indicámos acima, sobre o que fazer quando morre um animal de estimação, também se aplicam neste caso. Contudo, a situação pode ser ainda mais delicada de um ponto de vista emocional.

Depois de fazer o luto e de chorar pelo seu "mais que tudo", deve tentar abstrair-se da dor para resolver as questões práticas. Lidar com o corpo pode ser o momento mais complexo em termos sentimentais.

Mas pode contactar o médico veterinário que costumava consultar para lhe dar um auxílio nesta parte. Depois de falar com ele, poderá entregar-lhe o corpo do seu animal para que trate do processo de cremação, caso tenha essa possibilidade.

Posso enterrar o meu animal em casa?

Se estiver a pensar em enterrar o seu "mais que tudo" em casa, por exemplo se tem um jardim ou um terreno para o efeito, pondere bem.

É que os animais de estimação são reconhecidos como seres vivos dotados de sensibilidade e, portanto, é preciso cumprir regras específicas para lhes dar um tratamento digno também na morte.

Além disso, existem questões de higiene e de saúde pública envolvidas, uma vez que o cadáver pode contaminar o solo ou a água. O corpo deve, portanto, ser enterrado a uma profundidade adequada para evitar que outros animais o desenterrem.

Existem também cemitérios para animais em Portugal, onde pode sepultar o seu. Contudo, tem de tratar de os contactar previamente para poder tratar do processo.

Agora que sabe o que fazer quando morre um animal de estimação…

Já não tem por que se preocupar com os procedimentos burocráticos, agora que sabe o que fazer quando morre um animal de estimação. Não é nada complicado! A parte mais difícil é mesmo ultrapassar a perda.

Trata-se de uma experiência dolorosa, mas com o tempo e o apoio adequado, pode voltar a encontrar a paz de que precisa, lembrando sempre os momentos felizes que partilhou com o seu "mais-que-tudo".

 

Escrevo conteúdos para a web há mais de 20 anos como jornalista e copywriter. Adoro explorar montes e vales por esse país fora. Detesto fazer mudanças e adoro correr à beira-mar. Tenho veia de poeta, sou mãe e uma verdadeira mulher dos sete ofícios!

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