Medicina integrativa: o que é e para que serve?

Medicina integrativa: o que é e para que serve?

Susana Valente
Terapias |  29 abril 2025 |  
8 min. de leitura
Comprimidos dentro de um pires, ervas, gengibre e alho num fundo branco a ilustrar o que é medicina integrativa.

A medicina integrativa é muito mais do que uma "moda" para quem gosta de terapias alternativas. Trata-se de uma abordagem inovadora que assenta na ciência e que pode mudar a forma como olha para a sua saúde.

As pessoas procuram, cada vez mais, alternativas complementares à medicina convencional. É, neste âmbito, que se encaixa a medicina integrativa com uma abordagem holística que considera o ser humano no seu todo.

Assim, consideram-se não apenas os sintomas físicos, mas também aspetos emocionais, sociais e espirituais que influenciam a saúde.

A partir disso, a medicina integrativa promove um cuidado personalizado e humanizado, enfatizando a importância da relação médico-paciente.

Além disso, também se foca na prevenção de doenças e na melhoria da qualidade de vida das pessoas, apostando em intervenções naturais e menos invasivas sempre que isso seja possível.

O que é medicina integrativa?

É importante começar por notar que a medicina integrativa não substitui a medicina tradicional.

A ideia não é substituir tratamentos médicos, mas antes complementá-los, não apenas para lidar com problemas imediatos, mas também para melhorar a qualidade de vida e prevenir doenças.

Deste modo, a medicina integrativa junta o melhor dos dois mundos: a ciência médica convencional e terapias complementares, como acupuntura, meditação e nutrição funcional, por exemplo.

A abordagem passa, então, por tratar a pessoa como um todo - mente, corpo e alma, lidando com as suas necessidades físicas, emocionais, mentais e espirituais.

As origens

Não há um ponto específico no tempo para marcar o "nascimento" da medicina integrativa. Mas antes deste conceito aparecer já se falava de "medicina holística".

Contudo, esse termo era, muitas vezes, associado a charlatanismo e a falsas terapias de cura.

Nos anos mais recentes, estudos científicos vieram reforçar a importância de associar tratamentos complementares aos mais convencionais. Muitos profissionais da área médica começaram a utilizar terapias alternativas, a par de tratamentos médicos e de medicamentos.

A medicina integrativa nasceu, então, como um conceito que resume esta perspectiva do paciente como corpo-mente-alma, sem descartar os benefícios da medicina tradicional.

Como é usada?

A medicina integrativa é aplicada de forma personalizada, em função das necessidades e problemas específicos da pessoa, oferecendo um cuidado mais abrangente aos pacientes.

Há vários profissionais de saúde que prestam este tipo de cuidados, nomeadamente médicos, nutricionistas e diversos tipos de terapeutas.

Algumas das práticas mais comuns que são utilizadas na medicina integrativa são as seguintes:

  • Acupuntura - Técnica milenar da medicina tradicional chinesa que pode ajudar no alívio da dor e no equilíbrio energético.

  • Fitoterapia - Usa plantas medicinais para prevenir ou apoiar tratamentos de diversas condições de saúde.

  • Meditação e Mindfulness - Técnicas para reduzir o stress e melhorar a saúde mental.

  • Osteopatia e Massagem Terapêutica - Aliviam tensões musculares e problemas de postura.

  • Hidroterapia - Aproveita os benefícios da água para aliviar dor, relaxamento muscular, melhorar circulação sanguínea e reduzir inflamação.

  • Nutrição Funcional - Alimentação ajustada às necessidades individuais para promover a saúde e prevenir doenças.

Tábua de madeira castanha com comida colorida, incluindo ovos, tomates e gomos de toranja, recomendada na medicina integrativa na nutrição funcional.

Princípios e Benefícios

A medicina integrativa parte da ideia de tratar a pessoa como um todo. Isso significa cuidar de corpo, mente e emoções, em vez de tratar simplesmente os sintomas de uma doença.

Esta abordagem baseia-se em princípios como os seguintes:

  • Personalização - Cada pessoa é única e por isso, os tratamentos são adaptados às suas necessidades.

  • Prevenção e Bem-Estar - O foco não está só em curar doenças, mas em prevenir problemas futuros.

  • Participação Ativa - O paciente não é um mero receptor de cuidados, mas participa ativamente na sua própria saúde.

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O que diz a ciência?

É importante reforçar que a medicina integrativa tem uma base científica. Embora use terapias alternativas, fundamenta-se em evidências científicas que mostram os seus benefícios.

Há vários estudos que atestam que técnicas como o mindfulness podem ajudar a reduzir o stress e a melhorar o sistema imunológico. Por isso, podem ser utilizadas na recuperação de certas doenças.

Da mesma forma, a acupuntura vem sendo usada, há vários anos, para aliviar dores crónicas e problemas gastrointestinais causados por diversas doenças.

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Diferença entre medicina integrativa e medicina alternativa

É fundamental entender que medicina integrativa não é o mesmo que medicina alternativa.

No primeiro caso, apesar de envolver terapias alternativas, estas são complementares ao tratamento médico convencional.

Já no caso da medicina alternativa, parte-se do princípio de que o único tratamento necessário são as terapias alternativas. É, portanto, uma via paralela que não considera a abordagem da medicina tradicional.

Por outro lado, a medicina integrativa pode aliar o recurso a cirurgias e a medicamentos com práticas de relaxamento como a yoga, por exemplo.

Para quem está indicada a medicina integrativa?

Até mesmo pessoas saudáveis podem beneficiar da medicina integrativa, uma vez que o seu foco não é apenas no tratamento de doenças, mas também na sua prevenção.

Esta abordagem pode ser especialmente eficaz para pacientes com doenças crónicas, com condições complexas ou de longa duração, ajudando a encontrar alívio para muitas situações de saúde, tais como:

  • Dor aguda e crónica

  • Dores de cabeça e enxaquecas

  • Fadiga crónica

  • Distúrbios digestivos

  • Doenças autoimunes

  • Distúrbios respiratórios

  • Cancro e efeitos colaterais relacionados

  • Hipertensão arterial

  • Sintomas da menopausa

  • Problemas menstruais

  • Depressão e ansiedade

  • Esclerose Múltipla

  • Fibromialgia

  • Insónias e outros problemas de sono

  • Asma

  • Tratamento de vícios adquiridos

  • Obesidade.

Medicina integrativa não substitui a medicina convencional

Não é demais reforçar que a medicina integrativa deve ser sempre aplicada com supervisão médica e com base em evidências científicas.

Não se trata de substituir médicos ou tratamentos convencionais, mas sim de oferecer uma abordagem mais completa e personalizada, com opções complementares para melhorar a saúde no seu todo.

A medicina integrativa apoia-se numa combinação de terapias, mas também promove mudanças no estilo de vida da pessoa, de modo a curá-la em todas as vertentes do seu ser, do corpo à mente, passando também pela alma.

Esta "filosofia" privilegia as relações entre o paciente e os profissionais de saúde, colocando-os no mesmo patamar, numa relação horizontal que fomenta a comunicação aberta para que o processo de cura seja mais eficaz.

Deste modo, trabalham todos em conjunto em nome da saúde do paciente, colocando a medicina integrativa no centro como um caminho para mais e melhor vida. Mas sempre com o devido acompanhamento médico!

Escrevo conteúdos para a web há mais de 20 anos como jornalista e copywriter. Adoro explorar montes e vales por esse país fora. Detesto fazer mudanças e adoro correr à beira-mar. Tenho veia de poeta, sou mãe e uma verdadeira mulher dos sete ofícios!

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