O que fazer num ataque de asma? Sintomas e tratamento

O que fazer num ataque de asma?

Sara Paiva
Sara Paiva |  
Apoio domiciliário |  02 maio 2024 |  
9 min. de leitura
criança com ataque de asma

Um ataque de asma pode ser alarmante, principalmente se não soubermos como agir. Esta doença crónica das vias respiratórias é uma das mais comuns entre as doenças respiratórias e tem vindo a aumentar de número nas últimas três décadas.

A asma, também chamada de asma brônquica ou bronquite asmática, afeta uma em cada 20 pessoas em todo o mundo, aproximadamente.

É importante estar a par dos sintomas, mas também devemos saber como agir no caso de ataque de asma, atuando em conformidade para evitar complicações.

Tipos de asma

Quando falamos de asma, convém separarmos a asma infantil da asma no adulto. No caso das crianças, temos três tipos distintos:

  • Pieira infantil transitória – Desenvolve-se nos primeiros meses de vida, mas não perdura para além dos três anos de idade. Os bebés com este tipo de asma não têm história familiar de atopia.

  • Pieira não atópica em bebé (idade pré-escolar) após uma infeção respiratória.

  • Sibilância atópica persistente – As crianças com este tipo de asma continuam com pieira depois dos 10 anos de idade e, igualmente, têm alergias e hiperreatividade brônquica. A maior parte das crianças apresenta uma boa evolução do quadro de asma, apresentando remissão espontânea durante a adolescência. No entanto, a doença pode ressurgir durante a idade adulta.

Em adultos, podemos verificar os seguintes tipos de asma:

  • Asma alérgica – Também chamada de asma atópica ou asma extrínseca, este é o tipo mais comum. Geralmente começa na infância. É mais provável quando existe histórico familiar de doença atópica (rinite alérgica, eczema, alergias medicamentosas e alimentares). O tratamento é, regra geral, com corticosteroides inalados (a conhecida bomba para a asma).

  • Asma não-alérgica – Conhecida, também, como asma intrínseca, não está associada a alergias. Nestes casos, o tratamento com corticosteroides inalados não responde tão bem quanto em pacientes com asma alérgica.

  • Asma de início tardio – A asma pode surgir apenas na idade adulta, principalmente em mulheres. Regra geral, esta é não-alérgica e o tratamento envolve doses mais altas de corticoides.

  • Asma com obstrução fixa – Este tipo de asma desenvolve-se, principalmente, em pacientes com asma de longa duração, pois apresentam uma limitação fixa do fluxo aéreo, provocada pela inflamação persistente das paredes das vias respiratórias.

  • Asma ocupacional – Também conhecida como asma laboral, esta é adquirida no local de trabalho, ou agravada, pela exposição a alérgenos ou agentes sensibilizadores. Pode desenvolver-se inicialmente uma rinite ocupacional e só depois a asma. Geralmente a rinite ocupacional surge um ano antes da asma laboral. Os pacientes com este tipo de asma notam melhorias quando não estão no local de trabalho (folgas e férias).

  • Asma induzida pelo exercício físico – O exercício pode ser um estímulo para o desencadeamento de sintomas de asma. Geralmente, estes pioram logo depois de uma sessão de treino (asma de esforço).

Quais os sintomas de um ataque de asma?

É fundamental estarmos alertas para os sintomas de um ataque de asma para conseguirmos atuar em conformidade o mais breve possível. Existem sintomas e sinais respiratórios típicos de asma e, caso tenha algum desses sintomas, deverá procurar um médico assim que puder para um diagnóstico correto e posterior tratamento. Num ataque de asma, os sintomas são agravados.

Os mais comuns são:

  • Sibilância (pieira, chiadeira)

  • Falta de ar

  • Aperto no peito

  • Tosse

Muitas vezes, doentes asmáticos veem os sintomas piorarem à noite e/ou ao início da manhã. A sintomatologia é desencadeada por:

  • Exposição a alérgenos (incluindo partículas de ácaros do pó, pólen, secreções corporais de baratas, partículas de pelos e penas de animais)

  • Infeções víricas (bronquites, constipações, pneumonia)

  • Mudanças no clima

  • Exercício físico

  • Exposição a substâncias irritantes (fumo, cheiros fortes e poluição, por exemplo)

  • Stress e ansiedade

  • Risos ou choro profundo

  • Aspirina e anti-inflamatórios não esteroides

Os sintomas variam ao longo do tempo e podem apresentar diferentes intensidades.

O diagnóstico de asma deve ser feito assim que surgem os primeiros sintomas, uma vez que estes podem melhorar de forma espontânea ou com tratamento, dificultando um diagnóstico posterior.

O que fazer num ataque de asma?

Um ataque de asma, ou crise asmática, é a denominação mais conhecida para asma agudizada ou agudização asmática. Este é marcado por exacerbações de asma e é motivo para emergência médica.

O agravamento da sintomatologia ocorre, regra geral, durante horas, ou dias. No entanto, é possível que o agravamento seja rápido. Neste caso, é necessário um tratamento imediato.

O tratamento depende sempre da causa subjacente ao ataque de asma e da gravidade da exacerbação sintomatológica. Por exemplo, se a causa subjacente à crise asmática é uma infeção, deverá ser tratado com antibiótico. Os nebulizadores são usados, unicamente, em situações muito graves.

Se já foi diagnosticado com asma, em caso de crise, siga o plano de ação que o seu médico pneumologista estipulou (número de inalações SOS e quando recorrer à urgência).

Qual o tratamento para a asma?

Tendo em conta que a asma é uma doença que não tem cura, crónica, o tratamento baseia-se no controlo da sintomatologia. Poderá ser prescrito o uso de broncodilatadores em SOS (Beta 2 agonista de curta ação), assim como outros tratamentos para melhorar a função respiratória.

Em nenhuma circunstância o paciente deve automedicar-se.

No caso de o paciente ter poucos sintomas, sem risco de exacerbações e apresentar boa função respiratória, o tratamento geralmente incide apenas no uso de Beta 2 agonistas de curta ação em SOS.

O médico pneumologista pode prescrever, ainda, corticoides inalados em baixa dose para reduzir os sintomas da asma, assim como para prevenir ataques, hospitalizações e morte associada à doença.

Como prevenir a asma?

Para atuar na prevenção da asma, as recomendações passam pela cessação tabágica durante a gravidez e primeiro ano de vida, amamentação com leite materno, parto por via vaginal, evitar o paracetamol e antibióticos durante o primeiro ano de vida.

A exposição aos ácaros durante a infância também está associada a um aumento do risco de vir a desenvolver asma (cinco vezes superior). Nesse sentido, deve ter um ambiente higienizado, o mais ventilado possível e com materiais laváveis.

Evite o uso de carpetes e alcatifas, muitos peluches, colchas, entre outros materiais que não possam ser lavados a altas temperaturas e que sejam causadores de alergia.

Descubra aqui: Como lavar peluches à mão e na máquina?

Como prevenir ataques de asma?

A melhor forma de prevenir ataques de asma é identificando e eliminando todos os desencadeadores de crise asmática. Assim, atente nas seguintes medidas preventivas:

  • Evitar locais com fumo de cigarro e outros vapores irritantes

  • Evitar expor-se a pessoas com infeções das vias respiratórias superiores

  • Utilizar filtros de ar e barreiras para proteger dos ácaros

  • Remover tapetes, papeis de parede, cortinas, carpetes

  • Usar um desumidificador, assegurando uma humidade relativa baixa (inferior a 50% no verão)

  • Evitar a exposição a pelos de animais, limitando a circulação de animais domésticos a uma parte da casa

  • Evitar o uso de aspirina e anti-inflamatórios não esteroides

  • Usar máscara ou lenço para cobrir o nariz e boca em atividades ao ar livre em clima frio

  • Evitar alimentos com sulfitos

Em todo o caso, se sentir algum sintoma de ataque de asma, mesmo que seja leve, procure o seu médico. Lembre-se que a sua saúde está sempre em primeiro lugar.

Sara Paiva
Socióloga de formação, Copywriter de paixão. Sou uma apaixonada por literatura (e pelas artes em geral), o que me levou a seguir uma carreira na área da escrita. Desenvolvo conteúdos para o Toma Conta com o objetivo de ajudar os utilizadores a obterem a melhor informação possível.

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Susana Valente

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